P – Psyco_v82
M – Nunca tinha vido ao psicólogo.
P –E continuas sem vir. Estás só a falar comigo online.
M – Ergh… Eu sei. Desculpa.
P –Não tens de pedir desculpa.
M – Costumam fazer-te perguntas tontas?
P –Costumam.
Silêncio (não se houve ninguém a teclar)
M – Eu prefiro que seja online.
P –Muitos dos vampiros preferem. Eu também prefiro.
M – A sério?
P –Sim. Os vampiros são diferentes dos humanos, não costumam esquecer-se de ninguém. Se me conhecerem pessoalmente vão querer levar a eternidade a falar comigo.
M – Mas és psicóloga. Não gostas de falar com os vampiros?
P –Gosto de tratar de vampiros quando precisam, e à distância. Não gosto que me aborreçam.
M – Não preferias que as consultas fossem presenciais? Não tens vampiros que não sabem ir à internet?
P –Os vampiros adaptam-se bastante bem às mudanças. Se assim não fosse, como poderiam viver eternamente?
M – Sim. Mas tu poderias preferir presencial.
P –Estamos aqui para falar de ti, não de mim. Porque preferes consultas à distância?
M – Ergh… Bem… Sabes… Tenho vergonha…
P –Vergonha? De quê? Um vampiro não deve ter vergonha de nada!
M – Sou um vampiro muito recente, sabes.
P –Compreendo. É uma fase muito difícil. A adaptação à essência de vampiro… Mas não tens de ter vergonha.
M – Sim. Mas não é isso. Eu… ah… Sou um vampiro deste século. Fui transformado há dois anos.
P –Os meus parabéns! Já passaste a pior fase, que é o primeiro ano. Ago que controlas os teus instintos, só tens de te concentrar em aprender o máximo que puderes. Nunca tenhas vergonha de ser recente!
M – Não é isso!... Eu era muito jovem quando fui transformado. Um adolescente. Se calhar ainda o sou.
P –Um vampiro não se mede pela idade que tinha antes de ser transformado, mas pelos anos que passa depois da transformação.
M – É que… A psicóloga não me está a ver, não faz ideia.
P –São borbulhas?
M – Não. Eu tinha aparelho nos dentes…
P –E?
M – Agora não sai!
Sem comentários:
Enviar um comentário