Cidade

Passos curtos
Gentes
Apressadas
Compassadas

Fugindo da dor de um olhar
Do esboçar de um sorriso
Do contemplar do eu e do outro

Gentes
Tantas
Cheiros e faces
Vozes
Gritos fechados

Olhares presos em montras
E revistas de sonho e vazio
O lugar do dinheiro no bolso

O cinzento
Do pensamento
E do ar
Gentes
Prisão e sufoco
Dedos tentam alcançar
O impossível e o prazer
Coberto e desaparecido

Lisboa
Gaivotas
Só nela
O rio
E a beleza

Ver entardecer a outra margem
As luzes da noite da água
O sol alegre na urbe

Acordar
Olhar e ver
Gentes
Lisboa
Ainda é viva



Sem comentários:

Enviar um comentário