Leitores: Cristina Luiz

Para a nossa rubrica do blog, leitores, convidámos a blogger, leitora e autora Cristina Luiz para responder às nossas perguntas. A Cristina mostra as suas leituras no blog Linked Books.

Que sentimentos procuras que um livro te deixe?

Essencialmente o que procuro é que o livro possa “escrever-me”. Para tal, preciso apreendê-lo com as “minhas” páginas em branco, o que é terrivelmente difícil. Seria preciso esquecer totalmente os géneros, os autores, as capas, as editoras, as expectativas, as experiências anteriores…enfim. Mas na impossibilidade de me apresentar totalmente “em branco”, que pelo menos as minhas folhas tenham apenas gatafunhos e rabiscos escritos a lápis. Para que o livro tenha espaço para me marcar a tinta indelével, caso seja um desses livros…Infelizmente não são todos assim. Muitos há que apenas apagam sem escrever nada em substituição, outros que escrevem de forma confusa, e até alguns que nem sequer se aproximam da folha. Mas se as minhas páginas foram preparadas, saberei que fiz a minha parte, até porque haverá sempre um livro a seguir.


A leitura, para ti, é uma companhia, um escape, uma busca pelo mundo sem sair de casa ou tudo isto?

Já foi tudo isso em alturas diferentes da minha vida, e poderá ser muito mais no futuro. A leitura tem essa capacidade de se moldar, e pela nossa imaginação e capacidade de abstração, transformar-se no veículo que nos leva onde necessitamos estar naquele momento, seja acompanhados, ou longe de tudo e de todos.

Para mim a leitura, na sua essência e antes de qualquer transformação, é sempre algo fixo e invariável: puro prazer.


Quando fores velhinho/a e já não vires bem as letras o que vais fazer à tua vida de leitor/a?

Uma vez em miúda, fiquei sem livros para ler. Disse à minha mãe que precisava de um livro para ler. Nunca esquecerei a resposta que me deu:
“Porque não escreves um e depois lês?”
Pois é…nada como nos adaptarmos às situações. Assim, em resposta à perguntem cima: Quando isso acontecer, quero ser conhecida como “a velhinha pitosga que adorava ouvir e contar histórias”