Folheava um antigo álbum de fotografias como se observasse algo alheio a mim. Não senti qualquer ligação com as pessoas e lugares que ali estavam representados, nem mesmo com a minha figura bela e jovem.
Já não sabia de muitas das pessoas ali fotografadas. De outras, preferia nem ouvir falar. Já não era tão amiga de umas, como antes era. Outras, que raras vezes apareciam, tornaram-se hoje mais importantes.
Há momentos que só os recordo graças às fotografias. Jamais faria certas coisas, que preferia que não ficassem ali representadas. Podia destruí-las, mas continuariam a existir nos álbuns de outras pessoas, feitas fantasmas reveladores do passado.
Aquele sorriso já não é o meu, muito menos a razão pela qual sorrio: hoje são outras coisas que me fazem feliz.
Só os lugares gosto de recordar, gosto de ostentar onde estive. Os lugares são eternos e a sua beleza também. As pessoas, pelo contrário, mudam…
Olá
ResponderEliminarObrigada pela tua visita no cantinho Atmosfera dos livros. Realmente o meu vicío também já foi comprar compulsivamente livros, por esse motivo tenho quase 2000 livros na minha estante, muitos dos quais não têm nada a ver comigo. Agora sou mais seletiva, nas minhas aquisições. A idade fez-me crescer e ganhar a maturidade que outrora não tinha, uma nova postura para com a vida;)
Beijinhos.
P.S. Gosto do modo como escreves, este texto transmitiu mostalgia.
Este post teve muitas visitas e poucos comentários (normalmente recebo feedback através do facebook).
ResponderEliminarTemo que esta pequena narrativa possa dar origem a interpreações erradas. Convém, por isso explicitar a origem da mesma. Reflectindo sobre pessoas, que tendo tido um passado que prefere esquecer, como por exemplo, um passado ligado às drogas e ao álcool, imaginei como reagiriam perante provas desse passado. As fotografias seriam uma dessas provas, e assim surgiu esta pequena narrativa.
Obrigado a todos pelas visitas que aqui fizeram.
É normal haver poucos comentários. Mas isso não interessa nada. Interessa dizermos o que nos vale na alma.
ResponderEliminarTeresa, obrigado pelas suas palavras. Dizem tudo!
ResponderEliminar