Qual o lugar imaginário de eleição de literatura mundial? E da literatura portuguesa?

Não poucas vezes certas temáticas em publicações ligadas à literatura impelem-me à escrita. Ultimamente tem-me acontecido com a revista Granta. Hoje tem a ver com o Jornal de Letras.

Antes do lugar imaginário da literatura medieval começo por mostrar, desde logo, aquele que é para mim o lugar imaginário de eleição da Literatura Portuguesa. Creio que há um poema sobre esse lugar, de Sophia, mas é Manuel Alegre que o recupera quando fala da poeta. Não falo deste lugar para ficar bem entre quem, e muito menos para chamar a atenção da autora, que aos átomos já regressou. Quem me conhece sabe como Sophia me toca. Ao mar de Sophia junto o meu, a apenas 80km de onde pouso, 60 se pudesse voar. Sophia conheceu o meu mar, e como entidade do mundo das fadas encontrou uma estrada que só aqueles a quem a imaginação, com uma pitada de mar, domina a podem encontrar. É uma estrada que percorre as falésias da Costa Vicentina. Quando eu era pequena os meus pais queriam fazer-me crer que essa estrada não existia, apesar de muitas das minhas histórias residirem por lá. Soube que afinal essa estrada era real, com Sophia. Quero ir lá um destes dias, para saber como ficou depois da tempestade Hércules. Sim, porque esta estrada não tem direito a aparecer na comunicação social, mas eu sei, porque sinto, que esteve alagada com o Adamastor sentado na sua margem.

Quanto à literatura mundial há um lugar, que também é lugar da minha infância.E "Fantasia" da História Interminável de Michael Ende. Não falo desse lugar por ser fantástico (nada tenho contra ou a favor disso) mas por ser um lugar cuja vida é necessitada de memória. Sem memória aquele lugar está condenado a desaparecer. Sem a memória que está nos livros, que nos fala dos lugares imaginados ou de situações imaginadas em lugares reais. Da memória que está nos livros de História, apesar de sabermos que dos vencedores só eles falam. Da memória de quando éramos em crianças, em adolescentes, quando tínhamos 20 anos. Porque por vezes esquecemos a força que nos era iminente nessas idades e maltratamo-la chamando-a de ignorância. E, parece que não, ao fazê-lo esquecemos também os velhos. Os nossos avós, que sabiam fazer papas como niguém e contavam lendas que só eles sabiam. Para os nossos avós não fazia nenhum mal sermos crianças e ignorantes, porque só o amor que existia entre nós bastava.

11/01/2014

Sem comentários:

Enviar um comentário