Pablo Picasso, El Sueño, 1932 |
Estava um dia daqueles em que consigo estar neles, senti-los no interior do corpo. Porque normalmente costumo sonhar acordada, voar horas, dias, anos, séculos, ao mesmo tempo que corro quilómetros.
Mas naquele dia eu estava. Estava. E queria prosear, poetizar, se bem que não conseguia fazer estando, mas apenas indo. Mas eu queria estar, e não ir.
A cada momento crescia a vontade de me ir, apesar de não me apetecer. Fazer um esforço para não ir. Concentrei-me muito, mas acabei por ir, mesmo sem dar por isso. E depois, que fazer? Já me tinha ido, não queria agora voltar.
© 2000
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