Quero Acreditar que Existem Fadas na Cidade

Midsummer Eve, 1908
Edward Robert Hughes
Troveja,
Um som grave fere os ares,
Um brilho fino ilumina os olhos.

O gato,
do outro lado da rua,
observa-me inocentemente.

Inocência,
Perdida nos meus olhos há muito.
Desde que o ódio me inundou as veias.

Mas, oh, porquê?!
Só sei que assim é.
Afortunados anciãos
que as mãos aquecem ao sol calmamente.

Vejo tudo distorcido.
Vejo um mundo que não existe
e o real é imaginado.
As folhas das árvores são de prata
e a seiva é de sangue.
Nas veias humanas, há seiva azul.
As crianças possuem asas de anjo e voam.

Acredito que existem fadas na cidade
A rodear candeeiros como os mosquitos.

Fadas das luzes,
pequenas, brilhantes,
como estrelas rosa na noite escura.
Durante a noite
vão dar presentes aos meninos
que perderam um dente.


© 2002

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