Estava uma manhã branca quando acordou. A luz difusa entrava pela janela mal fechada. Transparecia um dia nublado. Talvez ainda viesse a chover. A luz que atravessava as nuvens brancas e entrava sem permissão pela janela não incomodava. Deu-lhe um acordar tranquilo, um desentorpecer dos membros sem dor, uma recirculação do sangue sem formigueiro. O corpo aquece aos poucos, e os olhos começavam a distinguir os objetos do quarto que a luz branca dissolvera. “Hoje não sonhei”, pensou. E então reparou que a sua mente estava tão branca como aquela luz que a acordara.
Esta pequena narrativa foi publicada no nº 47 da revista digital Incomunidade, como podem verificar pelo link, em julho de 2016.
Sem comentários:
Enviar um comentário