Senti a necessidade de escrever este texto por causa da newsletter "Lápis de Cor", um novo projeto da minha parte que ainda não tinha enunciado aqui, no blog.
Na verdade nada de especial se passa com a minha escrita. Passa-se apenas a vida. Vive-se, vai-se vivendo, e no fim de contas, se formos ver bem nem sequer vivemos nada, só andamos por aqui a passar. E quando damos por isso passaram-se anos sem que tenhamos feito nada de especial nem por nós, nem daquilo que gostamos. Sinto isso em relação à escrita.
Ando numa fase muito pessimista. Tenho refletido muito sobre o mundo e sobre a vida, e infelizmente não tenho conclusões positivas. O que se passa no mundo, o que se passa na guerra da Ucrânia é apenas um exemplo do que se passa mesmo em circuitos mais pequenos. Podia dar meia dúzia de exemplos, mas creio que os leitores encontrarão os seus. A procura do poder só por si, o afastamento das pessoas válidas e competentes que querem fazer do mundo um lugar melhor, as guerrilhas de quintal, a instrumentalização dos jovens, a intolerância…
Sabem, não me parece que nada da nossa realidade resista no futuro. Não podemos ansiar pela imortalidade como Aquiles, porque vai ficar tudo trancado em discos externos e clouds que ninguém saberá descodificar. Fiz uns poemas sobre isso, partilhei em stories nas redes sociais e depois tirei, porque os meus poemas gostam muito de dormir sobre si próprios. Por isso não partilho nada agora convosco.
Perante tudo isto a motivação para a escrita também não urge.
Mas a verdade é que tenho um livro novo em revisão.
A verdade é que encontrei uma nova editora, depois dos meus livros na Coolbooks se encontrarem esgotados e fora de mercado.
A verdade é que tenho um grande trabalho pela frente de revisão dos livros que já publiquei.
E para acrescentar criei a newsletter para me dispersar mais um pouco.
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