Naquele dia de agitação, instaurava-se em Lisboa uma revolução. Os militares apelaram à calma, mas o povo saíu à rua sedento de fazer história. Ela espreitava por detrás das esquinas sem que alguém a visse e sorria perante a capacidade das pessoas de se unirem pela sua liberdade.
Foi quando viu uma mulher subir a rua com cravos no regaço. Uma sequência de acasos colocaram a mulher naquela rua com as flores, a falar com um dos militares.
Então soprou-lhe ao ouvido e ficou feliz a observar o resultado. A mulher ofereceu um cravo ao soldado com quem falava, e esse soldado colocou-o no cano das espingardas. As armas não iriam disparar. E o resto repetiu-se enquanto houve cravos no regaço da mulher.
Esta pequena narrativa foi publicada no nº 47 da revista digital Incomunidade, como podem verificar pelo link, em julho de 2016.
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